quarta-feira, 4 de abril de 2012

AS CONTRADIÇÕES DA PETROBRAS COM A ECONOMIA NACIONAL

Segundo a Presidente da Petrobras, GRAÇA FOSTER, em entrevista concedida a revista 'Brasil Energia' (março/12), o 'Plano de Negócios' (2012-2016) da empresa tem investimentos previstos que somados chegam a bagatela de R$ 224,7 bi. No que concerne a política Nacional de Conteúdo Local, continuo sem compreender a opção pelo Estaleiro Atlântico Sul para a construção de 7 sondas, iniciais, conhecendo as dificuldades existentes por lá -que sequer um navio conseguiu concluir. Pior ainda fica minha tentativa de compreensão, quando nesta enterevista vejo que a Presidente da Petrobras diz assim:_"O EAS passa por dificuldades inerentes ao aprendizado", não bastasse isso, ela parece que lava as mãos, quando enfatiza:_"...só que agora está chegando a hora, porque as sondas estão contratadas e têm de ser entregues". Pior:_"Agora o tambor toca diferente, o tambor tem um som diferente (risos)". E incrivelmente, finaliza assim:_"O estaleiro foi, entrou na licitação, participou, ganhou, e agora eu quero. Tem que fazer a sonda". Me calo, amigos leitores, pois considero este trecho revelador. E vocês? Não resisto:_Ora, uma pessoa com as qualificações técnicas da Dra. GRAÇA FOSTER agasalhar essa, assim. O ex-presidente GABRIELLI saiu da Presidência da Petrobras deixando a empresa com crescimento muito aquém das expectativas dos acionistas, do próprio Governo Federal, e dos especialistas, indo direto para o Governo da Bahia, onde o petista JAQUES WAGNER ficou com a incumbência de dar-lhe (como deu) uma Secretaria e ajudá-lo a ganhar visibilidade para cacifá-lo à ser o candidato a governador pelo PT. Ou seja, ele era um quadro mais político, e a GRAÇA FOSTER mais técnico -até aí, normal. O que fica difícil de compreender é o silêncio e a compassividade da Dra. GRAÇA, em relação ao despreparo total da mão-de-obra existente no Estaleiro Atlântico Sul, em detrimento de se entregar encomendas tão imprescindíveis quanto estas para quem tem reconhecida capacidade, como é o caso do estaleiro Brasfells em Angra que é elogiado pela própria Petrobras como o único que tem conseguido entregar obras de grande porte, como foi o caso das plataformas aqui construídas, com prazos contratuais corretos e qualidade atestada internacionalmente. Dirão, talvez, que este é um 'pacote inicial' e que os demais estaleiros concorrem a outros 'pacotes', o que, a meu ver, não muda em nada essa situação. Enfim, posso estar (e tomara mesmo que esteja) muito equivocado, mas estou vendo uma mistrura ideológica e política com o pragmatismo necessário para o momento em que o Brasil precisa definitivamente se consolidar em seu mercado produtivo, neste caso, do petróleo. Falar que isso é fruto de um certame licitatório, a meu ver, não justifica a falta de critérios na sua contratação. Outro exemplo dessa esquisitice é com o caso do 'Tebig'. Ora, se os custos ambientais e sociais são infinitamente menores, e seu custo financeiro é metade do que se estima pela construção de um ouitro Terminal, em detrimento de sua ampliação, pergunto:_Onde está a racionalidade disso? Reitero, em ambos os casos, salvo as suas especificidades, é tese minha- tá, está havendo crime contra a economia pública. Não obstante, não nos esqueçamos que os cofres que tem irrigado as grandes empresas, inclusive a Sete Brasil, são os do BNDES, logo, a sociedade tem sido a mantenedora disso tudo. Aliás, por falar nisso, a Sete Brasil pega dinheiro que seria da Petrobras e BNDES, salvo engano, para construir equipamentos para a Petrobras, só que não para entregá-los à empresa, e sim para alugá-los. Uma equação muito louca, essa. E a Sete Brasil ocupa esse espaço de negócios da Petrobras, só que estando sob controle de 'Fundos de Pensão', em sua maioria privados. Reflitam, e me digam que estou viajando na maionese -e como e onde, por favor.
Tornarei a falar mais acerca do assunto.
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12h22min.        -          adelsonpimenta@ig.com.br

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