quarta-feira, 15 de maio de 2013

O DEBATE EM ANGRA ESTÁ NO LIXO


No que concerne a questão dos resíduos sólidos em Angra, indisfarçavelmente, os vereadores da oposição estão pautando o debate. Não me atenho a retórica mais ou menos acalorada deste ou daquele parlamentar, mas quanto aos questionamentos que tem sido formulados que, por não terem respostas oficiais e seguras, vão deixando o Governo local emparedado. A base de sustentação parlamentar na Casa, visivelmente desinformada quanto aos detalhes da matéria - trazidos à discussão a cada sessão pelos que se opõem, termina se permitindo ao debate mais pragmático que programático. Não é bom para o Governo.

Na sessão legislativa de ontem (14), por exemplo, foi posto em xeque o discurso inaugural da prefeita Conceição Rabha. Lembremos que, poucos dias depois de assumir o comando da maquina pública, ela convocou uma entrevista coletiva, numa série que se seguiu de outras, para, entre outras coisas, falar sobre renovação de contratos emergenciais pelo lixo e sobre custos, dizendo que não era pesado, mas pago por estimativas de quilo - por base em metros cúbicos, e acrescentou que estava auditando a gestão que a antecedeu. Ontem à noite, enquanto os vereadores discutiam a questão na Câmara, o vice-prefeito, Leandro Silva, publicava em seu perfil no Facebook sua participação em companhia da Prefeita com os auditores, que estariam apresentando um relatório. 
Obs) Tentei contato com o Leandro Silva, mas sua assessoria disse que estava em reunião, tentarei retornar mais tarde.

Mas, então, retomando a sessão de ontem, os vereadores puseram em xeque a afirmação da prefeita de Angra - (e sustentada a todo tempo no Facebook por sua assessoria de comunicação, conquanto, ainda um subalterno do segundo escalão), de que o lixo é pago atualmente pela pesagem. A oposição, que tem feito visitas rotineiras ao lixão da cidade, assegura que o lixo não tem sido pesado e acusa o custo de R$ 93, a tonelada. Se proceder este informe, fica registrado a falta de qualquer controle sobre o que se produz de lixo e sobre quanto sai do bolso do contribuinte para arcar com sesses serviços. Mas, além da aritmética superior, que se sobrepõe a aritmética elementar, fica desfeita portanto uma equação matemática qualquer, o custeio dessa atividade e a insegurança jurídica passam a ser a preocupação da vez.


O vereador comunista, José Antônio disse, na sessão de ontem, que a informação de que o lixo não seria pesado teria sido confirmada pelo gerente de Resíduos Sólidos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Paulo Sevalho, durante a visita da Comissão da Alerj na última segunda-feira, e que teria por testemunhas os vereadores Thimóteo, Chapinha e o presidente da casa, Jorge Eduardo. Sevalho apareceu no plenário e, olhando fixamente para José Antônio, repetiu seguidas vezes: “Não coloque palavras na minha boca, vereador”. Preocupada, a líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, vereador Lia, pediu calma ao gerente e disse que os vereadores iam fazer a defesa das acusações, o que deixou Sevalho aparentemente mais calmo.

Com a maior vítima tem sido a verdade, esse debate em Angra está no lixo. A sociedade é que vai reciclá-lo, com certeza. Que tal?

Ps: Contribuição penúltimo parágrafo de Jesiel Ferreira, jornalista
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12h42min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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