A Prefeita de Angra/RJ, a petista Conceição Rabha, divulgou em sua página no Facebook que está no dia de hoje (05/06) em Brasília/DF. Informa ainda que está na companhia do deputado federal Luiz Sérgio, de seu partido. O termo correto usado pela prefeita é: "na batalha por mais investimentos para a cidade". Acerta, penso eu, em fazer essas gestão institucional na capital do país, mas, de certo modo, me preocupa a continuação de sua publicação, quando diz que participou de "mais uma rodada de negociações e pressão", foi exatamente este o termo usado, e enfatiza "junto ao Ministério das Cidades para a liberação de recursos de obras de contenção de encostas e saneamento". No parágrafo seguinte, todavia, ameniza dizendo que "há muito boa vontade do Governo da presidente Dilma", que também é do PT, diga-se, e finaliza dizendo-se "muito confiante nessa parceria".
OPINIÃO
É impressionante. É natural que a prefeita encabece as gestões políticas do governo, mas ter que "pressionar" o Ministério das Cidades para liberar o que já havia sido prometido, apalavrado e constatado tecnicamente como necessário, é, a meu ver, algo muito preocupante. Nos últimos três anos, salvo engano, o Ministério das Cidades e o pessoal de Defesa Civil Nacional estiveram em Angra para realizar estudos - e os diagnósticos mostraram o que todos já sabiam, ou seja, a carência e urgência de investimentos em obras de engenharia de contenção de encostas e infraestrutura urbana.
Há um repasse para essas finalidades prometido pelo Governo federal desde a última grande tragédia no município - por consequência das chuvas, que, naquele ato, foi acertado de ser enviado para o governo do Estado e este faria as obras na cidade. Nem uma coisa nem outra. Mais recentemente renovaram a promessa de mais do mesmo, pelo Estado, que esta verba seria destinada para a Prefeitura, anunciada como algo novo.
O Ministério das Cidades virou balcão de barganhas partidárias no chamado governo de coalizão faz tempo; não obstante, dois dos últimos ministros foram denunciados como apadrinhadores de suas bases eleitorais, para onde enviaram a maior parcela dos recursos de emergência, em detrimento das demais cidades do Brasil. A prefeita de Angra não cuida só disso por lá, é óbvio, mas vê-la tendo de insistir para que o Município receba o que lhe é devido e necessário e prometido há tempo; de certo modo, é ver que há um profundo descaso das autoridades federais com Angra, e isso constrange.
Os problemas ocorridos na cidade repercutiram por todo o país, teve ampla cobertura da mídia nacional e as famílias continuam morando em áreas de risco. Houve certa amenização sobre a questão social por conta dos apartamentos que foram construídos, mas os problemas urbanísticos e de segurança ambiental persistem pela falta de comprometimento das demais esferas de poder e de investimento público. O PAC 2, por exemplo, previa recursos para saneamento básico nas cidades, pergunto: Onde está esse dinheiro?
Enfim, que o dia seja produtivo para Angra em Brasília. Conceição Rabha acerta ao cobrar as devidas responsabilidades, não importando se para isso tem que pressionar inclusive um "governo parceiro", mas, convenhamos, que é um absurdo é. Espero por boas notícias de lá e que os projetos de desenvolvimento da cidade encontrem apoio institucional da União.
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12h03min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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